quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Nascimento da Alma




Deus sendo inteiramente bom. Havia tanto amor tanta bondade em todo o lugar. Que na realidade as coisas eram meio estáticas. A criação divina necessitava de algo novo. Ela estava sem brilho, emperrada mesmo. Havia necessidade de encontrar algo que lhe desce vida, criando novas possibilidades de crescimento, do nascimento do que ainda não existia. Deus pensou, analisou. Para mudar e criar uma oportunidade de movimento e expansão. Ele teve que introduzir em sua criação um novo elemento diferente do amor e da bondade, que a tudo envolvia. Mas foi complicado para Deus, como criar algo que não fazia parte dele. O amor e a bondade não podem criar maldade. Mas Deus como inteligência suprema, usou de um truque, usou a ignorância. È a ignorância é um elemento contrário a bondade. Então Deus, olhou para si, para sua parte mais corajosa avançada e criativa, e pediu para que tomasse o véu da ignorância, com o objetivo de experimentar a dinâmica dos opostos da maneira mais completa possível. Houve nesse momento a individualização divina. Essas centelhas de luz foram introduzidas no útero cósmico, cobertas com o véu da ignorância. Quando despertamos havíamos esquecido de nossa origem. A ignorância gerou o medo dentro de nós. O medo gerou a necessidade de controlar e está gerou a luta pelo poder. Assim montou-se o cenário para a batalha entre o bem e o mal. Assim nascemos como alma, com o objetivo de criar o novo, num universo de dualidade. Foi um dia memorável para Deus, pois ele através de nós que somos parte dele, pode ir além de si mesmo. Em nossos corações nasceu um sentimento maravilhoso de alegria e entusiasmo pela possibilidade de criar o novo. O melhor, esse entusiasmo esse amor é de Deus, da fonte que através de nós empreendeu essa longa e maravilhosa aventura num universo sempre em crescimento e evolução. E nós experienciamos da maneira mais dinâmica possível os opostos da dualidade. Muitas vezes como vitimas sofremos muito. Choramos e a nossa dor foi quase insuportável. Mas também vivenciamos o papel do algoz, impingimos a dor e o sofrimento ao nosso semelhante. Muitas vezes como homens, outras como mulheres. Como filhos, éramos a razão da existência para nossos pais. Em outras ocasiões causamos-lhes a dor o sofrimento e o desespero. Eles foram incapazes de entender tanta teimosia, Porque, perguntavam a si próprios! O que eles não entendiam, e que aprendemos, só através da experiência. O erro também é um meio de crescimento, que no final se transforma em sabedoria. No papel de pais, como educadores, também nós recebemos os bons alunos, e os alunos complicados. Afinal o que realmente viemos fazer aqui nessa fantástica aventura. Não foi só ensinar, mas apreendermos uns com os outros. Continuamos lutamos experiêciando de todas as formas possíveis, até nos cansar, até não suportar mais, para então descobrir que não existe poder no poder. Agora é hora de transcendermos a dualidade, dentro de nós mesmos. Buscando o nosso lado escuro, através das energias de amor e compreensão. E numa verdadeira alquimia espiritual, transmutar essa energia escura em energia divina. Para alcançarmos um novo tipo de consciência que abranja ambas as polaridades. Alcançando o verdadeiro propósito de nossas jornadas que não é fazer com que a Luz conquiste a escuridão, mas ir além destes opostos e criar um novo tipo de consciência, que possa manter a unidade, tanto diante da luz como diante da escuridão. Superando assim, a ilusão de estarmos separados de Deus. Alcançando esse novo estado de consciência. Sem ter que abandonar a nossa individualidade. Seremos Deus e seremos individualidades, seremos um e seremos únicos. Quando então alcançaremos nossa maestria. Passaremos a viver a partir da consciência cristica. Onde não existe mais luta, e sim um reconhecimento dos extremos nos pensamentos sentimentos e ações. Quando então, ao observar os conflitos, sentiremos a dor e a humilhação, mas não julgaremos. Teremos compaixão, porque reconheceremos todos os aspectos como experiências que nós próprios já vivenciamos, no papel de agressor e de vítima, mas que conseguimos alcançar a compreensão de que não somos nenhum deles mas aquilo que ultrapassou a ambos.

Aldanir Inês

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